terça-feira, 5 de junho de 2012



"Tudo aconteceu no ano de 2007 quando descobri que tinha uma doença relativamente grave: tuberculose. Eu estava para me formar na faculdade de jornalismo, estava saindo com um cara que achava bacana na época e meu mundo virou de cabeça pra baixo! Mas de uma forma surpreendente, a vida nos reserva surpresas que a princípio parecem ruins e no decorrer de nossa história se tornam marcos em nossas vidas. Eu descobri uma força incrível em mim! Cortei os cabelos bem curtos e pintei de vermelho, comecei a academia em pleno tratamento e fiz uma tatoo nas costas que é o homem alado da capa do Led Zepelin (tatoo que é reconhecida em vários lugares, por fãs de rock). Graças à Deus sarei, meu pai me acompanhou em quase todos os retornos meus ao médico, isso foi muito importante para mim, pois nós brigávamos muito na época. Ou seja, foi uma fase de transformação em minha vida, um marco.
É incrível como a lagarta se transforma finalmente em ... Borboleta!"

Daniela Duarte

quarta-feira, 29 de junho de 2011

LIVRO: DIAS CARIOCAS

Para fazer a leitura do livro desça com as setinhas. Texto mais abaixo.

Dedico essa leitura, de uma parte da minha vida, à todos os amigos que me incentivaram e me receberam com muito afeto e simpatia na cidade maravilhosa! Dedico aos meus pais, que sempre estiveram comigo, mesmo nos momentos em que nosso relacionamento familiar parecia pouco amistoso. Aprendi os valores de família, perseverança e amor à Deus acima de tudo, com eles. Agradeço aos meus irmãos e irmã, que são uma peça importantíssima em minha vida! E agradeço principalmente à Deus por me guiar e não desistir de mim...

Boa leitura! Abraços fraternos, Daniela Duarte


*julho de 2011

sexta-feira, 24 de junho de 2011

Depoimentos (clique em cima p/ ampliar)*


























































































































INÍCIO



DIAS CARIOCAS – Por uma paulista alucinada pela vida!
Daniela Duarte


*Morei por 5 anos na capital fluminense e nunca mais olhei o mundo da mesma forma.


Quando cheguei ao Rio, estava mais para alguém que precisava ser salva do desânimo e depressão. Fui à pedido de meu pai que percebeu que eu não estava dando conta de morar sozinha em Sampa, por não conseguir sair sozinha desse estado de espírito.

Então aos 26 anos de idade, eu paulista convicta até então, pedi as contas no trabalho, me livrei de alguns móveis e fui embora. Mal sabia que seria uma adaptação mais difícil do que imaginava.

Quem já morou sozinho e voltou ao lar da família sabe como é difícil essa readaptação (no papel de filha, irmã, enfim, tudo é diferente). Pra piorar, meus irmãos mais novos (aqueles pestinhas) estavam em plena adolescência e já estavam bem adaptados ao Rio. Conseguem imaginar, o que é uma irmã mais velha aparecer do nada e voltar a morar em família? Pois é, dá pra prever a situação não é?

O clima do Rio de Janeiro e a natureza espetacular me fascinaram de cara. Cheguei numa 5ª feira à noite e me lembro até hoje do que senti ao passar pela avenida Rio Branco (que na época eu não sabia o nome mas achava bem parecida com a Paulista), sentir a maresia, o ar carioca do povo, tudo fascinante!

Me dirigi ao bairro do Flamengo que é onde minha família residia naquela época. O prédio localizado na rua Senador Vergueiro era incrível. O hall de entrada tinha um tapete vermelho de fazer você se sentir na cerimônia do Oscar.

O bairro encantador! Com o tempo fui me adaptando e comecei a correr no Aterro do Flamengo que ficava há uns 7 minutos à pé de onde morava. E me arriscava a levar a cachorrinha poodle misturada com lhasa apso, a Bila, para me acompanhar! A pobrezinha estava enorme de gorda e com o tempo meus irmãos e pais não se importaram de eu fazê-la andar assim mesmo (ela até melhorou o perfil, ficou mais magra e se acostumou com minhas maluquices).

Engraçado lembrar como cabia gente naquele ap, o pé direito altíssimo e os quartos grandes, bem diferente dos apartamentos modernos que eu estava acostumada em São Paulo. Eu só não gostava do cheiro característico da região, onde toda manhã, os funcionários do prédio tinham a bendita mania de limpar o esgoto com creolina. Quem já se hospedou na zona sul, ou mora lá, sabe que isso é de praxe. Tirando isso e o fato do apartamento ser meio escuro, estava tudo perfeito. O bairro do Flamengo é maravilhoso! Tem de tudo, você praticamente não precisa usar o carro para nada. Pois o metrô te leva para o centro da cidade, para Copa e Ipanema, enfim, é muito prático viver ali.

Eu adorava andar a pé, então comecei a me arriscar a ir para o centro da cidade assim. E descobri rotas alternativas para o Parque Lage e a Lagoa Rodrigo de Freitas. Nossa, eu andei muito por ali.

Meu pai que em São Paulo, pegava o carro para ir na padaria da esquina, começou a ter o hábito de caminhar! Pois é, a cidade do Rio de Janeiro costuma provocar essas revoluções em seus moradores.

É tudo muito gostoso, o clima, as pessoas se cumprimentam e até nos sentimos numa novela do Gilberto Braga. Coisa que antes eu pensava, ah poxa essas histórias só acontecem em novela, comprovei de onde vêm a inspiração, do próprio cotidiano mesmo. É incrível como todo mundo acaba conhecendo todo mundo ali. Eu usava uma frase que meus irmãos me alopravam até dizer chega: o Rio de Janeiro cabe numa Combi! Pois eu ficava fascinada de como cedo ou tarde, um amigo seu conhece o fulano que conhece o sicrano e por aí vai.
Pois é, por isso tenha cuidado ao se envolver em alguma confusão na night carioca hein... Você pode estar sendo filmado, pelo amigo do amigo do amigo. (risos)


Capítulo 1 -
O primeiro trabalho, a gente nunca esquece
Meu primeiro trabalho no Rio, consegui graças a persistência da minha mãe que sempre olhava anúncios antes de eu me mudar. E mandava meu currículo já na intenção de eu me mudar para o Rio. E foi na Fisilabor-Botafogo, uma academia de ginástica com medicina desportiva que tive minha primeira oportunidade.

Gostei bastante de conhecer a rotina de uma academia diferente, com uma preocupação além da estética. Um dos fundadores, o já falecido, mas que tive a oportunidade de conhecer na época, Sr Carlos Heitor, foi um ícone desse tipo de evolução nas academias no Rio. Depois vieram outras, copiando o conceito, mas tive o privilégio de conhecer de perto um dos primeiros a inovar.

Meu perfil de atendimento era muito formal para o público carioca naquele momento e acabei ficando apenas 5 meses como recepcionista lá. Mas mesmo assim foi uma experiência muito interessante. Conheci muita gente bacana, desde colegas de trabalho à professores e etc. E o próprio fundador que era uma pessoa admirável. Foi um tempo curto, mas gostei bastante da experiência antropológica (risos). Digo isso porque só temos a noção exata das diferenças de cultura de um estado para outro, morando no local, passando um tempo razoável. No meu caso, morei por 5 anos na cidade maravilhosa.

Assim que cheguei meu pai percebeu que eu precisava me distrair e me indicou um curso de guia de turismo que adorei fazer. Foi no Cieth, na rua México que, durante 09 meses, passei a desbravar o Rio de Janeiro. Tínhamos aulas teoricas e visitas técnicas nos pontos turísticos todo final de semana.

Tivemos até história da arte, olha que chique! Meu pai sabia que eu precisava me envolver com alguma coisa interessante para me livrar da leve depressão e ao mesmo tempo me apaixonar de vez pela cidade e querer ficar! Foi a melhor coisa que ele fez naquela época, pois o curso de guia me fez muito bem! Viajei para Petrópolis, Itatiaia, Campos do Jordão (SP) e todo final de semana visitava com o grupo, um ponto turístico diferente. É papito acertou em cheio! Obrigada...

A maioria dos alunos já atuava no ramo, porém tinham alguns curiosos como eu, que estávamos lá para agregar conhecimento, nos divertir e quem sabe aprender uma nova profissão. Depois de um tempo de formada no curso, persistindo nos hotéis e agências, me dei conta que sem o idioma inglês seria bem difícil competir com os guias já atuantes. Mas foi uma experiência fantástica e não me arrependo de forma alguma, pois tudo que aprendemos, agregamos valor e foi maravilhoso.

Fiz um curso de espanhol rápido pelo Cna no Largo do Machado que foi bem interessante, apesar de não substituir o inglês. Acabei fazendo por ser uma língua latina e de rápido aprendizado, porém vi que os turistas mais rentáveis falavam inglês mesmo.


Depois da Fisilabor, trabalhei no curso Oxford no Largo do Machado onde conheci um amigo incrível, o Jonatas Machado. Trabalhei depois numa agência de comunicação (a Via Texto), estagiando no período da faculdade de jornalismo, no jornal O Povo, na Firjan e finalmente fui parar na Pampa Grill do centro.

Na Pampa fui contratada como promoter e ajudava também o pessoal do marketing. Foi uma experiência diferente, pois de dia eu era promoter e divulgava o happy hour e à noite eu tirava fotos para o site da balada. O Pampa Night (como ficou conhecido depois) acabei entrando através da Lucinha da faculdade Pinheiro Guimarães. Uma pessoa que também foi muito importante para mim daquele período, não é Lúcia D´Oliveira? Obrigada pelos incentivos, ajuda e amizade.

Engraçado lembrar que eu já tinha feito tanta coisa no Rio, trabalho, curso, e mesmo assim tinha um pique para o novo! Sempre que surgia uma nova oportunidade eu entrava de cabeça. Foi assim na Pampa. Conheci muita gente bacana, fiz amigos que levo comigo até hoje. Um deles é o Carlinhos Deejay e o Dj Victor Hugo, umas figuraças!

Eu era conhecida tanto na faculdade como no trabalho como Danny Doo, o apelido pegou tanto que todo mundo no Rio me chamava assim.
Isso começou na época de faculdade em São Paulo. Comecei a fazer jornalismo na Faculdade Rio Branco da Lapa, onde meu pai tinha uma padaria antes de se mudar para o Rio de Janeiro.

Quando eu assinava algo, colocava Danny Du, abreviação de meu sobrenome. Foi então que um professor de informática fez uma brincadeira que acabou transformando a escrita do meu apelido. Ele disse: Danny Doo, parente do Scooby Doo? Gostei tanto que aderi.

Na Pampa, acabei quase virando DJ também. O Deejay Carlinhos cismava que eu tinha cara de DJ e me deu umas aulas e até toquei algumas vezes com ele. Quem ia na Pampa nessa época as vezes ouvia ele dizer umas coisas estranhas do tipo: Danny Doo, da Doolãndia! Era eu essa pessoa... Que mico! (risos)




2 – Faculdade – Um sonho difícil de concretizar
Comecei a fazer jornalismo em São Paulo, na Faculdades Rio Branco. Porém precisei trancar o curso por 2 anos e só voltei a estudar no Rio de Janeiro.

Um dia, já morando no Rio, passando pelo Largo do Machado comecei a andar por ruas estranhas que não sabia bem onde iam dar. E fui parar numa tal Silveira Martins, que dava de frente para o Museu do Catete.

Quando de repente algo me chama a atenção: curso de jornalismo! Mas que estranho, era uma faculdade com cara de colégio infantil. As grades todas pintadas coloridas. Olhei meio desconfiada e resolvi entrar.

Lá na secretaria estava uma senhora super simpática e brava ao mesmo tempo. Resolvi arriscar. Ela sorriu e perguntou se podia ajudar. A senhora simpática é a Sônia! Uma pessoa que simplesmente foi um anjo enviado por Deus naquele momento.

Imagine você, uma pessoa que terminou o colegial aos 17 anos. E aos 26 tentava voltar a estudar, mas não conseguia de jeito nenhum. A grana estava curta e a faculdade que eu tinha cursado somente 1 ano em Sampa, estava trancada há 2 anos e meio. Não estava super bem empregada, detalhe importante: o salário no Rio era completamente diferente em comparação à São Paulo. Ou seja, se estava difícil em Sampa, no Rio então...

Foi quando a Soninha (virou uma amigona por muito tempo) me falou uma coisa que fez o chão tremer: Você sendo transferida de outra faculdade, terá 50% de desconto nas mensalidades! Eu quase infartei de emoção, preenchi todos os requerimentos e com a ajuda de minha tia Luzia que estava em Sampa, consegui os documentos da transferência pelo correio. Obrigada tia!

Isso para quem não teve dificuldades de ingressar e terminar uma faculdade pode parecer tão bobo, mas só quem passou por algo semelhante sabe a dádiva que é receber essa oportunidade.

Meus anos de estudo na Faculdade Pinheiro Guimarães, do Catete, foram simplesmente a realização de um sonho! Aproveitei ao máximo tudo que tinha à minha disposição na faculdade. O coordenador Weden Alves não me deixa mentir. Ele me achava “uma paulista empreendedora” como gostava de falar. Usei e abusei do laboratório de rádio, estúdio, ilha de edição. Promovi um Sarau literário, nossa, consegui a participação de tanta gente bacana nesse período que sinceramente, acho que foi um presente na hora certa.

Tem coisas em nossas vidas que se chegam cedo demais não damos o valor que merecem. Eu posso dizer que desde os estágios remunerados que fiz (e pensava que não conseguiria fazer pois eu bancava meus estudos e aluguel para continuar a morar perto da faculdade depois que minha família se mudou para Jacarepaguá). Foi tudo bem difícil confesso, tive que ter muita força de vontade, mas valeu à pena.




3 – Já morei em tanta casa que nem me lembro mais



Quando eu já estava há uns dois anos cursando a faculdade no Rio, meus pais se decidiram por deixar o apartamento alugado no bairro do Flamengo e comprar um na Freguesia, em Jacarepaguá.


O problema era que minha faculdade muitas vezes acabava bem tarde, 23 horas e pegar um ônibus aquela altura para me despencar até Jacarepaguá era perigoso, eu não queria arriscar. Então continuei no Flamengo, porém dividindo um conjugado com mais 2 amigas e uma prima.


Durante um tempo deu certo, mas imagine você o que são 4 mulheres na tpm dentro de um apartamento pequenininho. Chegou um momento que precisei buscar outra alternativa e me mudei para uma república, na verdade um pensionato para moças (bem típico na região) no bairro do Catete.

O pensionato localizado na rua Correia Dutra, era um casarão antigo com vários quartos, onde em cada quarto haviam 2 beliches com armários individuais fechados com cadeado. Era engraçado. Eu me sentia estranha ali no começo. Uma espécie de albergue, com pessoas que nunca tinha visto.


A casa tinha uma cozinha enorme e dois banheiros. Chuveiros controlados com timer para ninguém tomar banhos longos. Era engraçado e estranho ao mesmo tempo. Morei ali por 1 semestre acho, depois que começaram a ocorrer pequenos furtos parti pra outra.

Passado o susto do pensionato, fui indicada por uma senhora da Catedral Metodista, uma igreja que freqüentei com minha família, a procurar uma senhora de nome Dilza que alugava quartos para moças também no Catete, porém no apartamento dela.


Foi a melhor coisa que me aconteceu naquele semestre! Conhecer a dona Dilza e outras moradoras ilustres de seu ap. onde morei por 1 semeste também (o tempo que faltava para terminar a faculdade).


O apartamento da dona Dilza, localizado na rua Ferreira Viana, era uma graça. Amplo, confortável e simples. Moravam lá: dona Dilza nos seus 86 anos, dona Araci com 91 anos (porém corpinho de 60 e alegria de 25) e a Dinha (com 54 anos).

Eu dividiria o quarto com a dona Araci, uma senhora arrojada, falante, magrinha, ativa, lúcida! Muito lúcida! Ela sempre me chamava para ver “meu Flamengo” na tv, o time de coração que adotei depois que me apaixonei num dos jogos que fui ver no Maracanã com meus pais.
A dona Dilza, a dona do ap era chorona, toda manhã cantava hinos e chorava pelas lembranças tristes. A Dinha, uma senhora forte, ativa que sempre estava agitada pela casa. Curiosamente a mais nova das 3 foi quem morreu primeiro. Há uns 2 anos já, em 2009.

Esse apartamento era um verdadeiro point de visitas. A cozinha enorme para um apartamento, tinha uma mesa redonda de tamanho médio no meio, onde as refeições eram feitas e as visitas tomavam café. Eu sempre ficava nessa mesa nas madrugadas lendo. Foi lá que li "1984" de George Orwell, quietinha nas madrugadas cariocas.



4 – Faculdade, intrigas, sonhos, traição


A faculdade é um período mágico, mas também turbulento de nossas vidas. Precisamos dar conta das provas, de estudar à altura contornando a carga de trabalho e falta de tempo. Muitas vezes vamos direto do trabalho estudar e rola um cansaço que às vezes interfere na qualidade dos estudos. É um período de luta.

Se não bastasse isso, tem outra luta paralela que acontece nesse período. Se estamos namorando alguém da faculdade, ou saindo com alguém, surgem inúmeras provas de amizade, ou inimizade, normal.

Conheci muita gente bacana mesmo nesse período, mas conheci também algumas pessoas que pareciam saídas do inferno de tão sacanas.
Consegui realizar sonhos, fiz grandes amizades! Tenho contato até hoje com boa parte das pessoas que realmente valeram à pena conhecer na Pinheiro. Hoje o mundo é digital, então é fácil manter o contato. Sou muito grata à todos que surgiram em meu caminho demonstrando respeito e admiração.
Colocando na balança, valeu à pena tudo, até as decepções. Pois sem elas eu não cresceria igual e nem daria o valor que dou hoje à amizades verdadeiras e amores saudáveis!
A vida é essa, “bora pra frente que atrás vem gente”.
Dentre alguns projetos que mais gostei de realizar estão: Militantes do Rock, Cabaré Literário e Sarau Literário.
O primeiro projeto foi o Cabaré Literário, realizado nos estúdios da Pinheiro. Com a grande ajuda do professor Claudio Pimenta. Comemoramos os "Cem Anos de Mário Quintana". Uma espécie de recital, intercalado com atuações teatrais do amigo de classe e ator, Richardson Dolly, os alunos esbanjaram simpatia e participação. Foi muito bacana!
Já no Sarau Literário, foi um evento ao vivo, por todas as dependências da faculdade. Com a permissão do coordenador Weden Alves, convidei várias pessoas para participar de alguma forma. Quem era artista plástico participou com suas obras, a exemplo da chinesa Kock Chan, quem dançava fazia uma apresentação e assim por diante. Foi muito bacana!
Tivermos a participação de um grupo de percussão que sacudiu os pátios da faculdade! Todos os professores participaram de alguma forma, fosse convidando alguém de fora, ou interagindo.

Meus pais sempre presentes nos eventos que eu fazia, estavam lá! Sorridentes e achando graça dessa minha mania de querer fazer as coisas acontecerem. Eu me diverti muito nessa época, apesar de difícil valeu muito à pena cada momento lá.
Outro projeto, um dos mais importantes para mim, foi sem dúvida meu tcc: Militantes do Rock. Tive a ajuda de grandes pessoas para conseguir concretizá-lo. O primeiro grande parceiro foi sem dúvida o Marcelo Santos, que me apresentou a história da rádio “Fluminense FM – Maldita”. O projeto em rádio abordava o tema rock e política e eu precisava de uma espécie de fio-condutor. A história da “Maldita” caiu como uma luva!
Entrevistei um dos idealizadores da rádio, o Luiz Antonio Mello; o músico Roger do Ultraje à Rigor e tive uma grande ajuda do técnico de áudio, Wagner Gonçalvez! Até o Murilo Behling, do laboratório de informática entrou na dança e me emprestou sua voz para a vinheta do programa.

O orientador e professor André Luis Cardoso foi fundamental para me deixar segura do tema e desenrolar do projeto.
Agradeço também à banca examinadora, os professores Henrique Motta e Flavio Nehrer. E à todos os amigos que me apoiaram e incentivaram nessa empreitada. Até uma professora que aparentemente não teria ligação nenhuma com o projeto me incentivou, a Layne me disse algo que fez muita diferença nesse momento turbulento.

Eu estava louca para terminar a faculdade, pois não poderia me comprometer por mais um semestre financeiramente, então cometi a loucura (já que tinha um período de vantagem por ter vindo transferida) de fazer o tcc junto com o penúltimo semestre, já que o último era somente dedicado ao trabalho de conclusão de curso.
Foi quando eu desesperada fui conversar com a professora Layne sobre minha intenção de fazer tudo num único semestre, ela disse: Se você tiver disciplina é perfeitamente possível sim! Boa sorte!

Obrigada à todos que me apoiaram, pois na verdade não fazemos nada nesse mundo de fato sozinhos. Tem sempre alguém apoiando de alguma maneira.
Tive uma grande decepção nos últimos períodos da faculdade, com pessoas que se diziam amigas e até com um rapaz que eu estava envolvida na época, mas revendo tudo, muito tempo depois, eu vejo que foi um grande livramento de Deus. Pois existem coisas que Deus tira de nosso caminho, pois certamente não nos traria bem algum.
É preciso estar de olhos atentos e coração agradecido, sempre!

5 – Noites cariocas
Na época que morei no Rio conheci muita gente que promovia a night carioca, então era fácil entrar vip em vários lugares. Mariuzzin, Nuth, Six, Pampa, etc...
O centro do Rio bombando nos happy hours, um conceito de balada que acaba mais cedo e ajuda a aliviar o estresse do trabalho diário. Geralmente começando às 19h e acabando às 23h.

Mas um dos passeios que mais curtia depois dos happy hours era a “Maratona Odeon”. Cinéfila incorrigível, eu era rata de maratona de filmes na Cinelândia. Toda 1ª sexta-feira de cada mês, acontece até hoje a famosa e esperada maratona no Cine Odeon. São 3 filmes pelo preço de 1. Começando sempre às 23 horas, onde são passados filmes no maravilhoso cinema em estilo barroco com neoclássico, intercalando com musica ao som que o dj da noite preferir e terminando as 6 horas da manhã com o café-da-manhã servido coletivamente.
Outra coisa que fiz muito foi ir ao teatro! Nossa! Não faço mais idéia de quantas peças maravilhosas vi nesse tempo que estive no Rio. Ex-assinante da Star Palco, sempre tinha uma peça boa passando. Foi um período muito rico culturalmente. Fora as exposições maravilhosas do CCBB na 1º de Março. Lá eu vi: “América Pré-Colombiana”, “Aleijadinho”, “ Yves Saint Laurent”e outras...
Dizem que São Paulo é o berço cultural do país, sinceramente não sei não viu. O Rio pulsa cultura também!
O bairro da Lapa no Rio é multicultural. Sempre convidativa e democrática, recebe pessoas de todos os gostos e gêneros.
Fui apresentada por minha prima Meri a um grupo de peruanos que promovem a “Noite Latina”! Com muita salsa e alegria. Um povo muito acolhedor e divertidíssimo! Estão sempre na Lapa e na Casa de Espanha.
Sem falar que em qualquer “Amarelinho” um boteco famoso, é sempre fácil armar a pré-night ou fazer a night ali mesmo. Pois o clima acolhedor e despojado do carioca, faz com que tudo seja mais simples para se divertir. Um barato! Tenho saudades dessa descontração despretenciosa.



6 – Pós-graduação, estudos em geral

Uma constatação importante a respeito do Rio de Janeiro é que os estudos universitários, pós-graduações e MBA´s são mais acessíveis em termos financeiros em comparação com Sampa.

Enquanto moradia, tanto para alugar ou comprar, é mais caro que na capital paulista, para estudar é incrivelmente mais acessível.
Depois da faculdade concluída, engatei um curso de pós-graduação em marketing que deu uma guinada no meu olhar sobre o futuro.
Embora eu tenha amado o curso de jornalismo e vivi intensamente todo o possível em matéria de estágios e projetos na faculdade, percebi que a profissão é muito mal remunerada. E que tenho forte inclinação para a área comercial também.
Com a pós em marketing, pude tirar a dúvida se tenho vocação para vendas, estratégias, ou se teria real gosto pela área. E fiquei impressionada com o interesse que me despertou. Só não fiz o MBA na sequência, porque recebi um convite de trabalho para São Paulo, acabei retornando à capital paulista.
Isso tudo me lembra o que me disse uma ex-chefe uma vez (quando eu tinha 22 anos): ”Daniela, você não precisa atuar numa única área, pode agregar valor à medida que fizer vários cursos e tiver maior vivência profissional. Se finalmente descobrir uma nova vocação, nada será perdido!”
Puxa verdade, nenhum conhecimento é perdido. Com o jornalismo aprendi a me comunicar melhor e organizar melhor as idéias, textos, articular melhor as coisas. Com a pós em marketing, percebi que a área comercial é apaixonante e extremamente necessária para o país.
E não para por aí, tem muito curso bacana para complementar nossa vocação, seja ela qual for. Mesmo que ainda não esteja plenamente estabelecida. Mas o importante é saber para onde se deseja ir, para saber se já chegou lá.
Hoje vejo que tenho um lado empreendedor que não consegue morrer. Por isso é necessário nos prepararmos constantemente, pois nunca saberemos quando a oportunidade baterá a nossa porta. Ou atravessará nosso caminho.
Hoje atuo com negociações, vendas, intermediação. E estou gostando muito e pretendo me especializar na área comercial cada vez mais. Independente do mercado que eu venha a atuar, vejo que esse tino para vendas ou negociações é bem mais complexo e fascinante do que parece.
That´s all folks!
Agradeço à todos que se interessaram por uma parte de minha história e leram até aqui.
Grande abraço e sucesso sempre!

“A luta pela vida nem sempre é vantajosa aos fortes ou aos espertos. Mas cedo ou tarde, quem conquista a vitória é aquele que crê plenamente: Eu conseguirei!” - Napoleon Hill
Daniela Duarte – junho de 2011


ANEXOS:
- Projeto Militantes do Rock: www.videolog.com.br/militantesdorock